O Índice de Confiança da Indústria, calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), cresceu 3,4 pontos na passagem de maio para junho deste ano. Essa foi a segunda alta consecutiva. O indicador atingiu 107,6 pontos, o maior patamar desde fevereiro deste ano (107,9 pontos).
O Índice de Expectativas, que mede a confiança do empresariado da indústria no futuro, subiu 5 pontos e atingiu 104 pontos. Já o Índice Situação Atual (ISA), que mede a percepção sobre as condições do presente, subiu menos: 1,8 ponto e chegou a 111,3 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada subiu 1,6 ponto percentual, para 79,4%, maior valor desde janeiro (79,9%).
“A recuperação das economias externas e o avanço do processo de vacinação no país contribuem para o aumento do otimismo das empresas. Apesar disso, é preciso cautela considerando que o setor ainda enfrenta dificuldades ainda com a escassez de insumos, aumento dos custos que incluem a mudança de bandeira para a energia elétrica, podendo ser fatores limitadores para uma recuperação mais robusta no segundo semestre”, afirma a economista da FGV Claudia Perdigão.
O saldo do crédito concedido pelos bancos deve crescer 11,1% este ano, de acordo com o Relatório de Inflação, publicação trimestral do Banco Central (BC), divulgado hoje (24), em Brasília. A estimativa é maior do que a observada no relatório anterior: 8%. https://www.bcb.gov.br/content/ri/relatorioinflacao/202106/ri202106p.pdf
“O aumento decorre da mencionada surpresa referente à evolução do saldo nos últimos três meses e da reavaliação na trajetória esperada para o crédito, em contexto de maior atividade econômica, reedição do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e desta vez como linha de crédito permanente,e novas medidas de postergação de pagamentos”, assegura o BC.
Em 2020, o saldo do crédito cresceu 15,6%, com alta de 11,2% para famílias e 21,8% para empresas. Para 2021, essa projeção de 11,1% vem do crescimento de 13,5% no crédito para famílias e de 8% para pessoas jurídicas.
“Em resumo, a revisão na projeção de crescimento do estoque total de crédito para 2021 não trouxe mudanças qualitativas relevantes em relação ao cenário esperado no relatório anterior. Ainda se espera a volta do protagonismo do crédito às famílias no SFN [Sistema Financeiro Nacional] em ambos os segmentos. Porém, a incorporação no cenário de novos estímulos creditícios para as pequenas e médias empresas diminuiu a intensidade da desaceleração esperada no segmento de pessoa jurídica (PJ) direcionado”, afirma o relatório.
Para o crédito livre, a projeção de expansão é 13,5%, com aumentos de 14% e 13% para os saldos de empréstimos a pessoas físicas e jurídicas, respectivamente. A expectativa para o crédito direcionado é de aumento de 7,7% em 2021, com alta de 13% para as pessoas físicas e estabilidade para as empresas.
O crédito livre é aquele em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes. Já o crédito direcionado tem regras definidas pelo governo, e é destinado, basicamente, aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito.
Análise
De acordo com o Banco Central, os dados do mercado de crédito divulgados desde o último relatório mostraram desempenho acima do esperado em todos os segmentos, com destaque para a trajetória do crédito direcionado, que surpreendeu nas operações com pessoas físicas e jurídicas. No crédito livre, houve destaque para o aumento nas contratações de pessoas jurídicas em março, principalmente nas linhas de desconto de recebíveis e financiamento às exportações.
Nos financiamentos às empresas com recursos livres, a projeção passou de 10% para 13%, considerando o maior crescimento econômico e perspectivas favoráveis para o setor exportador. Em relação ao crédito direcionado para as empresas, a projeção passou a contemplar novo aporte ao Fundo de Garantia de Operações (FGO), responsável por oferecer garantias às operações do Pronampe, assim como medidas pontuais de prorrogação de pagamentos. Com isso, a expectativa do BC é que o saldo de crédito registre estabilidade nesse segmento, em comparação com a projeção de queda de 7% no relatório anterior.
No segmento de pessoas físicas, a projeção subiu de 12% para 14% no saldo dos empréstimos com recursos livres, com maior contribuição das operações de cartão de crédito à vista e financiamento de veículos.
“A despeito do recrudescimento da pandemia, a resiliência desse segmento se mostrou uma surpresa, com efeitos bem menos intensos do que os vistos no ano passado”, explica o relatório. No crédito direcionado, a projeção de crescimento foi revista de 11% para 13%, influenciada pelo volume de concessões crescente nos financiamentos imobiliários no contexto de taxas de juros ainda baixas e pelo aumento nas contratações do crédito rural, em linha com o bom desempenho do setor agrário.
O Programa se aplica, igualmente, aos débitos inscritos em dívida ativa e aos que estejam em fase de execução fiscal já ajuizada.
A adesão deverá ser feita por meio de requerimento dirigido ao Conselho Regional dos Representantes Comerciais.
O requerimento de inclusão no Programa deverá ser apresentado até 10/12/2021, voltando a prevalecer as regras anteriores de parcelamento de débitos, a partir do primeiro dia útil subsequente ao término da vigência deste Programa.
Os débitos existentes poderão ser pagos com redução da multa e juros, da seguinte forma:
I – à vista com 90% (noventa por cento) de desconto sobre multas e juros;
II – de 2 a 6 parcelas, com 80% (oitenta por cento) de desconto sobre multas e juros;
III – de 7 a 12 parcelas, com 60% (sessenta por cento) de desconto sobre multas e juros;
Os devedores que tenham sido beneficiados com outros parcelamentos e não tenham quitado integralmente os seus débitos, poderão requerer a inclusão do saldo devedor no Programa, desde que, aplicados os prazos e as condições previstas nesta Resolução, efetuem o pagamento de, no mínimo, 20% (vinte por cento) do saldo remanescente no ato da adesão a este programa.
No reparcelamento poderão ser incluídos novos débitos, sobre os quais não incidirá o percentual previsto no caput deste artigo.
Nos casos de reparcelamento de saldo remanescente de parcelamento anterior, ao percentual fixado no caput deste artigo, será acrescido o valor correspondente aos acréscimos a serem reincluídos no débito.
Os Conselhos Regionais poderão receber por meio de cartões de crédito e débito as parcelas fixadas no acordo firmado, decorrente do III Programa de Recuperação de Créditos de que trata a Resolução nº 1.188/2021.
Após duas quedas consecutivas, o indicador de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), subiu 2,1% em junho ante maio, para 67,5 pontos. Na comparação com junho do ano passado, porém, o ICF ainda tem baixa de 2,6%.
Apesar da alta na margem, a CNC destaca que, em pontuação, este é o pior mês de junho da série histórica do índice, iniciada em 2010.
Na passagem de maio para junho, os sete tópicos usados para cálculo do indicador registraram alta. É o caso de emprego atual (1,1%); perspectiva profissional (0,9%); renda atual (1,5%); acesso a crédito (0,9%); nível de consumo atual (2,9%); perspectiva de consumo (6,5%); e momento para duráveis.
Entretanto, na comparação com junho do ano passado, houve recuos em cinco dos sete tópicos em junho desse ano: emprego atual (-2,3%); renda atual (-11,6%); acesso ao crédito (-9,1%); nível de consumo atual (-1,7%); e momento para duráveis (-1,3%). Em contrapartida, houve altas de 9,3% para perspectiva profissional e de 3,6% para perspectiva de consumo ante junho de 2020.
Em comunicado sobre o indicador, o incremento no otimismo dos consumidores medido pelo ICF acompanha a percepção mais positiva sobre indicadores econômicos e medidas do governo para mitigação de impactos da pandemia, como o investimento no auxílio emergencial e outras iniciativas sociais.
A economista responsável pela pesquisa, Catarina Carneiro da Silva, aponta que as famílias registraram expectativas positivas sobre mercado de trabalho, tanto no curto quanto no longo prazo, o que também ajudou no saldo positivo no ICF, em junho ante maio.
“A confiança no emprego é o que tem mantido as pessoas consumindo na pandemia. Quando há deterioração nas empresas, acontece um efeito dominó que impacta o orçamento das famílias e impede o acesso. O ICF tem sido um instrumento de análise bastante alinhado com essa expectativa”, resumiu ela, em comunicado sobre o indicador.
A consolidação de um indicador positivo ao longo do ano, porém, depende da reativação da circulação social nas ruas, restrita desde o começo da pandemia em março de 2020, pontuou a confederação.
O indicador Intenção de Consumo das Famílias (ICF), divulgado hoje (21) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), ficou em 67,5 pontos, revelando alta de 2,1% em junho, considerando o ajuste sazonal. De acordo com a CNC, apesar do aumento, esse foi o menor nível desde agosto de 2020 (66,2 pontos) e o pior junho da série histórica iniciada em 2010. Em comparação a junho do ano passado, o ICF baixou 2,6%.
A economista da CNC responsável pela pesquisa, Catarina Carneiro da Silva, disse a Agência Brasil que todos os indicadores tiveram crescimento. “Todos eles colaboraram de alguma forma”. Apontou que as famílias registraram expectativas positivas sobre o mercado de trabalho tanto no curto quanto no longo prazo, o que permitiu a retomada no consumo. O ICF de junho repetiu o número obtido em maio, mas teve uma melhora em função do ajuste sazonal, explicou a economista. Catarina chamou a atenção para a parte do emprego, que foi o maior indicador do mês. “Tanto o emprego atual, como em perspectiva profissional tiveram aumento”.
Segundo ela, isso tem a ver com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) que estão vindo positivos nos últimos meses. “ Isso está animando os consumidores e a renda atual também, que teve crescimento com o auxílio emergencial, que está sendo disponibilizado e está amenizando as dificuldades das famílias, incentivando o consumo”.
Retomada
O indicador de renda atual cresceu 1,5% no mês, mesmo atingindo seu menor nível histórico (74,2 pontos). Por outro lado, o indicador de perspectiva de consumo (64,3 pontos), que apresentou o maior avanço em junho (+6,5%), teve redução na percepção de menor expectativa de compra (56,9 pontos). Enquanto isso, o indicador de emprego atual permaneceu como o maior índice do mês (86,4 pontos), seguido por perspectiva profissional, com 76,3 pontos.
Para que haja uma retomada do consumo, Catarina Carneiro da Silva afirmou que a população precisa estar totalmente vacinada. “Para reativar totalmente o consumo, as pessoas que estão inseguras para sair precisam estar vacinadas e precisam estar seguras também em relação à economia, ter seu emprego e seu salário normalizado. Só com vacinação que tudo vai se normalizar e as pessoas vão poder consumir tanto quanto gostariam”, sinalizou.
De acordo com a pesquisa da CNC, do total de 18 mil famílias consultadas, a maioria dos entrevistados (43,2%) apontou que a renda de sua família piorou em relação ao ano passado, contra 42,9% no mês anterior e 37,9% em junho de 2020. No entanto, com o ajuste de sazonalidade, o índice apresentou crescimento de 1,5%. A maior parte dos entrevistados (35,5%) respondeu que se sente tão segura com seu emprego quanto no ano passado, maior percentual da série histórica e uma proporção acima do mês anterior (34,3%) e do que em junho passado (31,3%). Ao contrário de maio passado, quando o item havia sido destaque negativo, em junho o tema voltou a ser o maior marco do mês.
Catarina lembrou que a pandemia começou no Brasil em março de 2020 e, em junho, o país já estava com problemas no mercado de trabalho. “Então, é uma melhora mas, de qualquer maneira, bom mesmo seria quando chegasse na parte mais segura”. Disse que, em fevereiro, a maior parte das famílias se sentia insegura. De março em diante, essa parcela passou a se tornar mais segura e maioria. “Ou seja, a gente já está melhorando. Desde então essa parcela vem melhorando e se sobressaindo. O mercado de trabalho está se fortalecendo e puxando o consumo”.
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) cresceu 12,2% em junho na comparação com maio. Essa foi a primeira alta do ano e veio depois de cinco quedas consecutivas.
As informações foram divulgadas hoje (17), no Rio de Janeiro, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Na comparação com junho do ano passado, a confiança do empresário avançou 47,6%.
De maio para junho, o principal aumento foi observado no item condições atuais, que cresceu 19,3%, puxado pela satisfação maior com a situação atual da economia (29,3%). A expectativa em relação ao futuro apresentou alta de 11,6%. Já a intenção de investimentos subiu 8%.
Na comparação com junho de 2020, foram apuradas altas de 71,8% na avaliação sobre as condições atuais (com aumento de 137% na confiança em relação à economia), de 53,9% nas expectativas e de 26,5% nas intenções de investimento.
*Diferentemente do que foi publicado, os dados se referem ao período de junho de 2021 e não a maio de 2021.
A Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic) 2019, divulgada hoje (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que naquele ano o setor totalizou R$ 288 bilhões, sendo R$ 273,8 bilhões em obras e serviços de construção e R$ 14,2 bilhões em incorporações. Desse total, R$ 127,3 bilhões foram em construção de edifícios, R$ 92,8 bilhões em obras de infraestrutura e R$ 67,9 bilhões em serviços especializados.
Em 2019, o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 1,4%, o terceiro valor positivo seguido após a retração observada em 2015 e 2016. A construção havia retraído em 2017 e 2018 e voltou a crescer em 2019, alcançando 1,5%. A criação de empregos no setor também voltou a crescer, após vários anos de queda ou estagnação.
A pesquisa identifica mudanças estruturais na indústria da construção ao longo do tempo, não fazendo relações de causalidade nem análises conjunturais. As variáveis analisadas são empregos e salários, receita, custos e despesas, valor das incorporações e tipos de obra. A série histórica traz a análise de dez anos, de 2010 a 2019.
O IBGE destaca que se em 2010 as obras de infraestrutura respondiam por 44,1% da indústria da construção, em 2019 caíram para 32,2%, passando de primeiro para o segundo lugar em valor total. A construção de edifícios assumiu a primeira posição, passando de 39,1% em 2010 para 44,2% em 2019. Essa inversão foi verificada em 2012 e se acentuou em 2015, mantendo proporções parecidas desde então. Os serviços especializados para construção vêm numa trajetória crescente, passando de 16,8% em 2010 para 23,6% em 2019.
Segundo a pesquisa, a diminuição da infraestrutura pode ser associada à queda da participação do setor público, que passou de 41,4% em 2010 para 30,3% em 2019, já que o investimento necessário para o setor é muito elevado, assim como a incerteza. Essa mudança reflete também o fim do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o início da modalidade Parcerias Público-Privadas (PPP).
Ocupação e remuneração
Foram registradas 125,1 mil empresas no setor de construção em 2019, com 1,9 milhão de pessoas ocupadas, um aumento de 1,7% frente a 2018. Um total de R$ 56,8 bilhões foi pago em salários, remunerações e retiradas, o que representa 2,7% de aumento real na mesma comparação. É o primeiro resultado positivo desde 2014 para os dois indicadores.
Por outro lado, quando se compara 2019 com o ano de 2014, o número de pessoas ocupadas é 34,2% menor, e o total de salários, remunerações e retiradas caiu 41,6%, segundo o IBGE. Na comparação decenal, o porte das empresas caiu a menos da metade, indo de uma média de 32 pessoas ocupadas por empresa em 2010 para 15 em 2019. Já o salário médio mensal diminuiu de 2,6 salários mínimos para 2,3 no mesmo período.
Tipo de obra
As mudanças estruturais na indústria da construção podem ser verificadas também no tipo de obra ou nos serviços realizados. Enquanto em 2010 o primeiro lugar ficava com a construção de rodovias, ferrovias, obras urbanas e obras de arte especiais, com 21%, o grupo passou para o terceiro lugar em 2019, com participação de 16,2%. O primeiro lugar foi ocupado pelas obras residenciais, que ficavam em segundo com 20,6%, e subiram para 25,7%. Serviços especializados para construção passaram de terceiro (15,4%) para segundo (19,8%).
A pesquisa destaca o aumento do crédito imobiliário e dos programas de habitação popular que ocorreram no período, além do aumento do poder de compra das famílias, que impulsionaram as obras residenciais e a aquisição da casa própria.
A corrente de comércio – exportações mais importações – registrou em maio o maior valor na série histórica iniciada em 1997. Em relação ao mesmo mês do ano passado, o indicador cresceu 58,2%, atingindo US$ 54,6 bilhões. O desempenho se repetiu na balança comercial que teve saldo positivo de US$ 9,3 bilhões, o maior na série histórica e US$ 2,5 bilhões acima do valor de maio de 2020.
Os dados são do Boletim de Comércio Exterior (Icomex) referente ao mês de maio, foram divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre).
De acordo com o indicador, a China foi a principal contribuição para o saldo positivo da balança comercial, com superávit de US$ 19,1 bilhões, o que representa 70,4% do saldo global. Além da China, saldos positivos foram registrados nos demais países da Ásia e na América do Sul.
Acumulado
O superávit comercial no acumulado do ano até maio alcançou US$ 27,1 bilhões, o maior na série histórica. Na corrente de comércio foi o segundo valor mais elevado, chegando a US$ 190,2 bilhões, inferior em US$ 1,1 bilhão ao registrado em 2013. Na comparação com o acumulado de maio de 2020, o superávit comercial aumentou em US$ 11,1 bilhões e a corrente de comércio em 26,2%, com resultado de US$ 42,6 bilhões.
O instituto destacou que os índices de comércio exterior mostram variação positiva nos três grandes setores da indústria, tanto na comparação interanual mensal como na do acumulado. “Chama atenção a variação mensal acima de 10% em todos os setores, tanto nas exportações como nas importações. O aumento das importações, mesmo em um cenário de câmbio elevado, será ressaltado”, disse o o Ibre.
Ainda na comparação interanual do mês de maio, a principal contribuição para o aumento no valor exportado de 53,8% foi de preços, que cresceram 40,1%. Nas importações, o valor aumentou em 65,3% e o volume influenciou o resultado com aumento de 42,1%.
Já na relação entre os acumulados dos anos até maio, as exportações avançaram 30,6% e as importações 20,9%.
Exportações
Assim como ocorreu em abril, o volume das não commodities, que teve variação de 33,8%, puxou o desempenho exportador de maio, enquanto o das commodities, mesmo positivo, ficou em 12,9%. Nos preços, as commodities se destacaram com alta de 38,5%.
No acumulado do ano, a indústria de transformação ficou na frente, com crescimento de 10,3% no volume exportado. Os dez principais produtos exportados foram açúcar e melaço, farelos de soja, carne bovina, combustíveis, celulose, carne de aves, semi-acabados de ferro ou aço, ouro não monetário, ferro gusa e veículos de passageiros.
“Observa-se que, exceto os automóveis, todos os outros podem ser classificados como commodities. Se avaliarmos os 20 principais produtos exportados, estão presentes instalações para equipamentos de engenharia, aeronaves, partes e peças para automóveis e outros veículos de transporte de mercadorias. Nesse caso, os produtos do setor de material de transporte lideram as exportações de maior valor adicionado.”
O destaque na análise mensal ficou com o aumento no volume da indústria extrativa, liderado pelo minério de ferro, com crescimento de 24,2% em volume e 106% nos preços. O petróleo foi o segundo principal produto.
Embora tenha registrado queda de volume, houve aumento de preço de 139%, o que resultou numa variação em valor de 54%, na comparação interanual do mês de maio.
A produção de soja explicou 89% das exportações da agropecuária em maio e 78% no acumulado de janeiro a maio. Depois da soja, o café e o algodão foram os principais produtos.
Importações
O volume importado da indústria de transformação ficou em 45,2% na comparação mensal. Os combustíveis, foram os primeiros da lista dos cinco principais produtos importados. Teve aumento no valor de 228%, com a elevação de volume de 67% e de preços de 97%.
Na agropecuária, o trigo registrou aumento em valor de 53%, com volume em 27% e nos preços em 21% e respondeu por 37% das importações do setor em maio. O óleo bruto de petróleo explicou 48% do total das compras da indústria extrativa, com aumento em valor de 534%, volume 341% e preços 44%.
Parceiros
Nos volumes exportados e importados do Brasil com os principais parceiros, o destaque ficou para o aumento nos volumes exportados para os países da América do Sul, inclusive a Argentina e as vendas do setor automotivo explicam o resultado. Na Argentina, o aumento do volume foi de 45,1% e os preços 6,5%. Para os outros países da América do Sul, o volume aumentou 31,8% e os preços, 5,8%. A participação da China nas exportações brasileiras passou de 32,5% para 34% entre janeiro e maio de 2020 e 2021.