Como redes de supermercados estão se preparando para enfrentar crises políticas e econômicas

Diante da crescente volatilidade dos cenários políticos e econômicos, redes de supermercados brasileiras enfrentam desafios cada vez mais complexos que impactam desde a cadeia produtiva até o abastecimento das gôndolas. Para garantir a continuidade das operações e a satisfação do consumidor, essas empresas têm investido em estratégias que combinam planejamento rigoroso, parcerias sólidas e tecnologia avançada, buscando resiliência em tempos de incerteza.

Para a diretora de Marketing da rede Dalben, Fernanda Dalben, a antecipação é um dos pilares essenciais: “Primeiro, ter uma relação bem próxima com a indústria para entender as movimentações, fazer um planejamento, acho que isso é muito importante porque a própria indústria tem algumas informações de quando vai aumentar o preço, de quando vai ter uma instabilidade, para que a gente consiga antecipar esses pedidos com melhor negociação”, diz.

Na rede Asun, o diretor Comercial, Jairo Antonio Da Silva destaca a importância da diversificação para reduzir riscos: “A Asun busca um leque variado de fornecedores, tanto locais quanto de outras regiões, e mantém um mix de produtos que inclui marcas de menor custo e embalagens menores, além dos produtos importados com excelente custo-benefício”, destaca. Segundo o executivo, essa estratégia permite oferecer ao cliente alternativas diante da alta de preços em determinados segmentos, sem comprometer o orçamento familiar. “Além disso, a rede busca equilibrar o estoque para evitar excessos e rupturas, utilizando sistemas rigorosos de controle que impactam diretamente na saúde financeira da empresa”, emenda.

Planejamento e parcerias: a base para mitigar riscos

De acordo com Fernanda Dalben, a construção de parcerias estratégicas e o alinhamento com fornecedores e operadores logísticos são elementos centrais para garantir a continuidade do abastecimento, especialmente em contextos de instabilidade. “Essa questão mesmo do planejamento, dessas parcerias, principalmente sabendo de uma possível instabilidade, nos ajuda a planejar esses volumes, tentar fazer uma melhor negociação dentro da nossa realidade e tentar otimizar a questão de frete”, afirma a diretora.

Jairo Antonio reforça o papel da colaboração e do mapeamento de riscos para evitar vulnerabilidades. “Fortalecemos o relacionamento com fornecedores e parceiros logísticos, estabelecendo canais de comunicação abertos e transparentes. Essa colaboração permite o compartilhamento de informações sobre previsões de demanda e desafios, facilitando a busca por soluções conjuntas e ágeis.” O diretor explica que a rede Asun também investe em alternativas logísticas e centros de distribuição diversificados para aumentar a capilaridade e mitigar impactos causados por imprevistos como greves ou desastres naturais.

Digitalização e dados: decisões mais assertivas em cenários imprevisíveis

O uso estratégico de dados e ferramentas digitais tem se tornado indispensável para as redes que buscam agilidade e assertividade na tomada de decisões em um ambiente de alta incerteza. Fernanda Dalben destaca que o uso de dados é fundamental nesse sentido. “Por exemplo, usamos o nosso CRM para entender esse comportamento de compra, essa mudança de comportamento do consumidor. Tem uma categoria que ele está deixando de comprar por uma questão muitas vezes de preços, onde a gente está menos competitivo. Então, a gente faz bastante pesquisa de mercado e pesquisa de concorrência também”, ensina.

Além disso, a rede Dalben utiliza inteligência artificial para previsão de demanda e integra Business Intelligence (BI) para que diversos setores compartilhem informações em tempo real, agilizando ações operacionais quando necessário. “A gente andou construindo alguns BI’s aqui, onde a gente consegue ver a, ter informações em tempo real e também compartilhadas com vários setores, como marketing, trade, comercial, operação, que enxergam os mesmos números, os mesmos dados, e isso dá uma agilidade, inclusive, operacional para a gente conseguir agir”, aponta a diretora de marketing da rede Dalben.

Na rede Asun, a digitalização também é um diferencial estratégico com a implementação de uma plataforma avançada de análise preditiva. “Essa ferramenta permite prever picos e quedas de demanda com maior assertividade, otimizando compras, evitando desperdícios e garantindo o abastecimento. O sistema integra dados de vendas, estoques, informações climáticas e até tendências em redes sociais, oferecendo um panorama dinâmico para ajustar o mix e as promoções conforme as mudanças no comportamento do consumidor”, diz Jairo.

Estrutura e operação: fortalecendo a adaptabilidade

As mudanças estruturais e operacionais realizadas nos últimos anos têm sido decisivas para aumentar a adaptabilidade das redes diante de crises e instabilidades. Fernanda Dalben aponta que a construção de BI integrado entre setores é uma dessas transformações. “Isso dá uma agilidade, inclusive, operacional para a gente conseguir agir quando precisar, de repente, escoar um produto ou onde a gente sabe que vai ter um problema com o produto, a gente conseguir agir em tempo real”, afirma.

Jairo Antonio Da Silva enfatiza um conjunto amplo de iniciativas da rede Asun. “Simplificamos e padronizamos processos de compra, recebimento e distribuição, tornando-os mais eficientes, menos suscetíveis a erros e mais resilientes a interrupções. Investimos também em treinamento e desenvolvimento da equipe, capacitando para resolução de problemas e tomada de decisão ágil”, revela. Outro ponto fundamental destacado pelo diretor comercial da rede Asun é a modernização contínua da infraestrutura tecnológica, centralização das compras para fortalecer o poder de barganha e a criação de fundos de contingência para enfrentar situações emergenciais.

O delicado equilíbrio entre preço, margem e abastecimento

Segundo Fernanda Dalben, manter preços acessíveis ao consumidor, garantir margens de lucro saudáveis e assegurar o abastecimento constante é um desafio que exige estratégias muito bem calibradas. “Uma forma inteligente de preservar margem, eu acho que é a questão do CRM onde a gente faz ofertas cada vez mais direcionadas para o público exato, para não precisar fazer a promoção de massa para todo mundo. O mix de produtos é constantemente revisitado para garantir competitividade sem perder o foco no cliente, buscando marcas alternativas e parcerias com fabricantes para oferecer qualidade com o melhor preço”, ressalta a executiva.

Na visão do diretor comercial da Asun, a precificação dinâmica e a negociação agressiva são essenciais: “Utilizamos sistemas que analisam a concorrência, custos e demanda para ajustar os preços de forma estratégica por região. Em cenários de crise, a busca por condições comerciais mais favoráveis, como prazos de pagamento estendidos, descontos por volume ou parcerias de longo prazo, torna-se ainda mais vital. A rede também foca na eficiência operacional, reduzindo despesas e perdas para manter preços competitivos sem sacrificar a rentabilidade”, completa Jairo Antonio Da Silva.

Fonte: Super Varejo

Ciclo de capacitação e treinamento com Walter Longo: Rio de Janeiro – RJ

O ciclo de capacitação e treinamento deste ano continua: Walter Longo – empreendedor, palestrante, professor e especialista em inovação, negócios e transformação digital.

O mercado está em constante evolução, e entender como a IA pode transformar as negociações, a prospecção de clientes e o relacionamento comercial é fundamental para quem deseja se destacar.

Walter Longo é referência quando o assunto é o futuro dos negócios. Com uma visão estratégica sobre o impacto da tecnologia no mercado, ele trará reflexões essenciais para os representantes comerciais se adaptarem e prosperarem na era da Inteligência Artificial.

  • Tema: Liderança em tempos de mudança
  • Data: 11 de agosto
  • Horário: 17h
  • Local: Auditório do CCBB
  • Endereço: R. Primeiro de Março, 66 – Centro, Rio de Janeiro – RJ, 20010-000

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Campo Grande recebe palestra sobre Inteligência Artificial e premiação que celebra o legado da Representação Comercial no Estado

Na última sexta-feira, 1º de agosto, o Core-MS realizou um importante evento voltado ao fortalecimento da Representação Comercial. Realizado no Grand Park Hotel, o encontro reuniu profissionais do setor para uma noite de capacitação e reconhecimento, com destaque para a palestra do especialista Walter Longo e a entrega da Premiação Klaus Heinz Oskar Sturck.

Dando continuidade ao ciclo de capacitação promovido pelo Sistema Confere/Cores, o evento contou com a presença de Walter Longo — empreendedor, palestrante, professor e referência nacional em inovação, negócios e transformação digital. Com o tema “Impactos da Inteligência Artificial nos Negócios de Representação Comercial e na Sociedade”, a palestra trouxe reflexões essenciais sobre as mudanças que a tecnologia vem impondo ao mercado e às relações comerciais.

Durante a apresentação, Walter abordou como a inteligência artificial está redesenhando processos de prospecção, negociação e relacionamento com clientes. A proposta foi provocar o olhar estratégico dos representantes comerciais diante das novas ferramentas digitais, incentivando a adaptação às transformações que já moldam o presente e o futuro da profissão.

A noite também foi marcada pela entrega da Premiação Klaus Heinz Oskar Sturck, idealizada pelo presidente do Core-MS, Jairo Jorge Duarte de Rezende, em homenagem a seu mentor e um dos pioneiros da Representação Comercial no Mato Grosso do Sul. Mais do que uma homenagem, a premiação reconhece representantes e clientes que se destacam pelo compromisso, ética e parceria com a categoria, perpetuando os valores deixados por Klaus.

Eleição Core-RJ – Triênio 2026/2029

Resolução nº 2.164 – Dispõe sobre o processo eleitoral pelo voto direto para composição do Conselho Regional dos Representantes Comerciais no Estado do Rio de Janeiro – Core-RJ, no triênio 2026/2029.

Edital de Convocação

Regulamento Eleitoral

Requerimento de Registro de Chapa

Declaração de Aquiescência

Ficha de Qualificação

Eleição Core-MA – Triênio 2026/2029

Resolução nº 2.165 – Dispõe sobre o processo eleitoral pelo voto direto para composição do Conselho Regional dos Representantes Comerciais no Estado do Maranhão – Core-MA, no triênio 2026/2029.

Edital de Convocação

– Publicado no Diário Oficial da União – 04.08.2025

– Publicado no Jornal O Imparcial – 04.08.2025

Regulamento Eleitoral

Requerimento de Registro de Chapa

Declaração de Aquiescência

Ficha de Qualificação

Contas públicas têm déficit de R$ 47,1 bilhões em junho

As contas públicas fecharam o mês de junho com saldo negativo, com déficit em todas as esferas de governo. O setor público consolidado – formado por União, estados, municípios e empresas estatais – registrou déficit primário de R$ 47,091 bilhões no mês passado.

Houve aumento no déficit do mês em relação a junho de 2024, quando as contas fecharam com R$ 40,873 bilhões negativo. Nessa comparação interanual, houve crescimento de despesas em ritmo maior que as receitas.

As Estatísticas Fiscais foram divulgadas nesta quinta-feira (31) pelo Banco Central (BC). O déficit primário representa o resultado negativo das contas do setor público (despesas menos receitas), desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública.

Apesar do resultado negativo do mês, no acumulado de 2025, o setor público consolidado registra superávit primário de R$ 22,029 bilhões. No primeiro semestre do ano passado, houve um resultado negativo de R$ 43,448 bilhões, que agora se tornou positivo, com uma melhora de R$ 65,5 bilhões.

De acordo com BC, parte relevante dessa melhora tem influência do calendário de pagamento de precatórios (dívidas com sentenças judiciais definitivas) do governo federal. No ano passado, houve antecipação do pagamento em fevereiro, contribuindo para o déficit no primeiro semestre. Para este ano, está previsto o pagamento de R$ 63 bilhões em precatórios neste segundo semestre do ano.

Em 12 meses – encerrados em junho – as contas acumulam resultado positivo de R$ 17,925 bilhões, o que corresponde a 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país).

Em 2024, as contas públicas fecharam o ano com déficit primário de R$ 47,553 bilhões, 0,4% do PIB.

Esferas de governo

Em junho último, a conta do Governo Central teve déficit primário de R$ 43,527 bilhões ante resultado negativo de R$ 40,188 bilhões em junho de 2024. Nessa comparação, as receitas permaneceram estáveis, com redução no recolhimento de dividendos de empresas estatais e bancos públicos, enquanto as despesas aumentaram em 1,6%.

O montante difere do resultado divulgado nesta quarta-feira (30) pelo Tesouro Nacional, de déficit de R$ 44,296 bilhões, porque o BC usa uma metodologia diferente, que leva em conta a variação da dívida dos entes públicos.

Os governos estaduais registraram déficit no mês de junho de R$ 1,354 bilhão, ante superávit de R$ 2,011 bilhões em junho do ano passado, também em razão do crescimento de despesas maior que as receitas. Já os governos municipais tiveram resultado positivo de R$ 400 milhões em junho deste ano. No mesmo mês de 2024, houve déficit de R$ 954 milhões para esses entes.

Com isso, contribuindo para aumentar o déficit das contas públicas, no total, os governos regionais – estaduais e municipais – tiveram déficit de R$ 954 milhões em junho passado contra resultado positivo de R$ 1,057 bilhão no mesmo mês de 2024.

As empresas estatais federais, estaduais e municipais – excluídas dos grupos Petrobras e Eletrobras – também contribuíram para o aumento do déficit das contas consolidadas, com o resultado negativo de R$ 2,610 bilhões em junho. No mesmo mês de 2024, o déficit foi R$ 1,742 bilhão.

Despesas com juros

Os gastos com juros ficaram em R$ 61,016 bilhões no mês passado, uma redução de cerca de R$ 30 bilhões em relação aos R$ 94,851 bilhões registrados em junho de 2024. De acordo com o BC, não é comum a conta de juros apresentar grandes variações, especialmente negativas, já que os juros são apropriados por competência, mês a mês.

Mas, no resultado, há os efeitos das operações do Banco Central no mercado de câmbio (swap cambial, que é a venda de dólares no mercado futuro) que, neste caso, contribuíram para a melhora da conta de juros em junho. Os resultados dessas operações são transferidos para o pagamento dos juros da dívida pública, como receita quando há ganhos e como despesa quando há perdas.

Em junho de 2024, as operações de swap tiveram perda de R$ 28,6 bilhões, enquanto em junho deste ano houve ganho de RS 20,9 bilhões, reduzindo a conta de juros. Sem esses resultados, a conta de juros teria um aumento de R$ 15,7 bilhões na comparação interanual, em razão da alta taxa básica de juros, a Selic, e do próprio crescimento da dívida no período.

Com isso, o resultado nominal das contas públicas – formado pelo resultado primário e os gastos com juros – caiu na comparação interanual. No mês de junho, o déficit nominal ficou em R$ 108,107 bilhões contra o resultado negativo de R$ 135,724 bilhões em igual mês de 2024.

Em 12 meses encerrados em junho, o setor público acumula déficit R$ 894,388 bilhões, ou 7,3% do PIB. O resultado nominal é levado em conta pelas agências de classificação de risco ao analisar o endividamento de um país, indicador observado por investidores.

Dívida pública

A dívida líquida do setor público – balanço entre o total de créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais – chegou a R$ 7,702 trilhões em junho, o que corresponde a 62,9% do PIB. É o maior valor da dívida na série histórica do BC, iniciada em dezembro de 2001. No mês anterior, maio, o percentual da dívida líquida em relação ao PIB estava em 62% (R$ 7,547 trilhões).

O crescimento se deve ao déficit nominal do mês e à apreciação cambial de 4,4% em junho. Como o país é credor em moeda estrangeira, um aumento do dólar significa aumento da dívida líquida.

No mês de junho deste ano, a dívida bruta do governo geral (DBGG) – que contabiliza apenas os passivos dos governos federal, estaduais e municipais – chegou a R$ 9,388 trilhões ou 76,6%, com aumento em relação ao mês anterior – R$ 9,264 trilhões ou 76,1% do PIB. Assim como o resultado nominal, a dívida bruta é usada para traçar comparações internacionais.

Fonte: Agência Brasil